João Esteves e Firmina Maria de Jesus

SOBRE ELES:

 

 

João Esteves :

 

Fotos dos antigos títulos eleitorais de João Esteves 

 

   Nascido aos 25/09/1885 (Sexta -feira), na fazenda do Retiro (Perdigão), e falecido em Perdigão as 7 horas da manhã do dia 16/07/1971 (Sexta- Feira), na casa de sua filha Divina (hoje pertencente ao seu outro filho Antonio Esteves, na Av Constantino D. Bilalis, vitimado pelo "Derrame"). Era o oitavo filho de Luiz Antônio Esteves e Maria Umbilina de Mello (ver genealogia deste casal em:  https://silviochagas.comunidades.net/index.php?pagina=1592432667_02 )

   Eram seus avós paternos: Luiz Antônio Esteves I e Rita Telles de Menezes

  E seus avós maternos: José Ferreira de Mello e Messias Maria da Trindade.

 

Ruínas da casa na fazenda do Retiro, onde nasceu e morou joão Esteves

 

 

Casa onde residia Divina Firmina, na Av. Constantino D. Bilales, e onde faleceu João Esteves

 

 

 

Assinatura do Titulo eleitoral de João Esteves

 

 

 

Firmina Maria de Jesus :-

Casa na fazenda da Lage onde nasceu Firmina Maria de Jesus

 

   Nascida aos 16/02/1890,na fazenda da Lage , faleceu repentinamente  as 15:00 do dia 18/03/1969, na rua José jacinto Brandão nº141 (casa onde residia sua filha Conceição). Era a 7ª filha de Antônio Ferreira de Mello (Antônio Firmino) e Maria José de Jesus (Maria Firmina).

Avós Paternos:Firmino Ferreira de Mello e Genoveva Maria de Jesus

Avós Maternos: Antônio Luiz Esteves e Laura Maria de São José.

 

                                                         Vestido de Firmina Maria de Jesus

 

 

   Firmina e João eram primos por parte de pai e mãe, como pode se ver nas genealogias dos pais e avós de ambos.

 

Assinatura que deixou em um antigo livro de orações

 

 

      Casamento e residências: 

 

   O casamento Religioso ocorreu aos 19/10/1907, na Igreja Matriz da Vila Saúde, celebrado pelo Padre Dimas Guimarães  (Informações sobre o padre em:  https://silviochagas.comunidades.net/index.php?pagina=1592420322_01 )

 

  O Casamento civil foi realizado aos 20/10/1907

 

Residiram inicialmente, após o casamento na Fazenda Perdigão (Perdigão da Roça). Em seguida,por volta de 1920, mudaram-se para o Retiro na casa onde moraram os avós de João Esteves (local onde atualmente é a casa do filho deles: Antônio esteves) para ajudar a cuidar da mãe de joão que estava doente. Mudaram -se finalmente para a casa dos pais de João Esteves , no Retiro, onde viveram até a morte de Firmina em 1969.

 

 

Vista das ruínas da casa do Retiro. foto de Silvio Chagas 1993

 

Lembranças da fazenda do Retiro por Antônio Ferreira: "Minhas lembranças dessa fazenda: Chupar laranja e jabuticaba, comer um delicioso requeijão, almoçar uma deliciosa comida no fogão a lenha com os parentes e chupar saborosa (o pé ficava numa tora de madeira ao lado da porteira). No chamado quarto da sala, o seu tio avô Ambrózio usava as paredes do quarto para desenhar. Ele tinha muito dom para pintura e desenho. Pena que não deu sequencia. Uma pintura muito interessante era do seu bisavô joão esteves tirando leite".

 

           Ruinas da casa do retiro 1994  detalhe: Uma parte com telhas da antiga Varanda

 

Pé de jabuticaba do 'campinho" 1994

 

 

Pé de jabuticaba do "Campinho" - Detalhe: Estrada ao fundo que ia para o rio Lambarí (casa do Dr Sapo)

 

 

 

 

 

Filhos do casal com informações adicionais sobre os solteiros:

 

              Filhos de João Esteves (ao centro) e Firmina: Da esq. para dir: Joãozinho Esteves,Maristela, Maria, Conceição,             Antônio, Divina e Ambrózio

 

 

1) João Esteves Filho (Joãozinho Esteves) - Nascido as 10 horas da manhã do dia 16/03/1910, na fazenda Perdigão (Perdigão da Roça)  e falecido aos 28/11/1997, em Pará de Minas- MG). Era casado com Conceição Luíza do Divino. Mais informações sobre o casal em: 

 

2) Maria Esteves: Nascida aos 30/11/1911 na fazenda Perdigão (Perdigão da Roça), faleceu infante. Foi batizada aos 01/12/1911, tendo como padrinhos os avós paternos: Luiz Antonio Esteves e Maria Umbilina de Mello.

 

3) Luiz Esteves (Luizinho): Nascido em 1912, faleceu aos 10/10/1924. Segundo informações verbais: "Era Loiro. Gostava demais de trabalhar e seu sonho era comprar um carrinho puxado por cabritos. Sua morte prematura, foi resultado de um jogo, ocorrido num local chamado "campinho" (na fazenda do Retiro) onde caiu de barriga por cima de um cupim. Não contou aos pais o que havia acontecido com medo. Dentro de poucos dias começou a ter febre. Seus pais o levaram para a Vila Saúde para tratar-se... Mas já era muito tarde. Faleceu com Hemorragia interna. Até no ano de sua morte,  Firmina, ao chegar no dia do aniversário da morte de Luiz, chorava inconsolavelmente.

 

4) Antônio Esteves: Nascido aos 1914,na fazenda Perdigão,  faleceu infante.

 

5) Maristela Firmina Esteves: Nascida aos 21/06/1916, na fazenda Perdigão (Perdigão da Roça) , e falecida aos 01/07/2012 no Pronto Socorro de Divinópolis - MG). Era casada com o primo viúvo José dos Anjos (Juquinha Teles). Mais informações do casal em

 

6)Maria Firmina Esteves:  Ganhou o mesmo nome da irmã falecida antes do seu nascimento.

 

    Maria Firmina Esteves - Foto de 1976

 

  Nascida as 16 horas do dia 24/05/1918,na fazenda Perdigão (Perdigão da Roça) e, falecida aos 04/09/1975 em Perdigão MG, na casa de sua irmã Conceição na Av. josé Jacinto Brandão. Padrinhos de Batismo: (o tio) Alonso Antônio Ferreira e (?)

 

 

Registro de Nascimento de Maria Firmina Esteves: Todos os filhos de João Esteves foram registrados como nascidos no retiro (pois todos foram registrados em 1929 e o pai deve ter esquecido de dizer o local exato). Porém sabe-se que sua verdadeira naturalidade é a fazenda Perdigão - silvio Chagas

 

  Segundo relatava sua mãe aos demais filhos, era muda até os 4 anos de idade. Foram necessárias várias simpatias da época para "soltar a língua". Desde beber água em campainha de missa à comer língua de maritaca. Em sua adolescencia, apresentou sinais de distúrbios mentais: As vezes falava muito, as vezes ficava muda por vários dias. Com o passar dos anos, as crises acabaram... Mas o nervosismo quando lhe atormentavam era terrível. Nessas crises,nunca fazia mal a ninguem.. Somente a ela mesma. As vezes, deitava no chão e punha uma pedra enorme e pesada sobre a barriga... Ou acabava de torrar o café e molhava a cabeça na bica de água fria. Em contraste com isso, era uma pessoa carinhosa, caridosa e trabalhadeira.  Como não se casou e sua mãe frequentemente adoecia, pegou as rédeas da casa e da cozinha. Várias são as pessoas que ainda lembram com saudade do requeijão, do frango com quiabo e do biscoito frito que com muito carinho ela preparava.

  Possuía inúmeros afilhados e a todos tratava com muito carinho. Gostava muito de flores, e deixava os jardins da casa sempre cheios de plantas, alegrando os quintais e terreiros. Até a poucos anos, a árvore de "ficus' que ela plantou ainda lutava bravamente pela sua sobrevivência entremeio ao esquecimento da casa do Retiro ou Cantinho do céu, como ela se referia com paixão ao lugar.

 

        Ruínas da casa do Retiro. Em destaque, a árvore de Ficus - foto de 1993

 

  Devota de Santa Rita de Cássia, zelou pela capela por muitos anos.  Amava andar pelos pastos sozinha ou acompanhada de seu fiel cachorro Rojão. Ora panhando alecrim para fazer vassouras, ora seguindo uma galinha até seu ninho escondido, ora catando gravetos para alimentar o fogo do fogão a lenha ou forno.

  Com a morte de sua mãe em 1969, ficou desesperada. Nada a consolava e o que era pior: Os demais parentes queriam que ela e o pai (últimos moradores que residiam na casa) mudassem imediatamente para Perdigão, na casa que João Esteves possuía na av Francisco Caetano Pereira. Com muitas lágrimas e tristeza, acabou indo com o pai para a dita casa. Infelismente não se adaptou a nova vida. Sentia falta do dia a dia do Retiro, do quintal, dos animais e da bica D'agua. Depois de desavenças familiares, ela foi impelida a se mudar para a casa da irmã Conceição,e o pai para a casa da filha Divina.  Mais um grande golpe em sua vida, ao qual ela se referia com amargura por ter sido expulsa da própria casa.

  Alguns dias depois, uma proposta veio mexer novamente com seus sentimentos: Cogitavam vender o seu querido Retiro. Mesmo com suas lamentações e lágrimas o "negócio foi fechado"  por parte do pai e demais irmãos. "Os 4 mil cruzeiros por parte  era muito dinheiro", diziam alguns, valia muito mais do que um pedaço de terra  que ninguem usufruia. 

  Depois da venda consumada, ela nunca mais teve alegria. Dizia frequentemente que se não voltasse em vida, depois de morta voltaria pra sua terra. Coincidência ou não, vários relatos de pessoas que tentaram morar na casa sem saber das palavras da ex dona afirmavam ter alguma coisa que nao os deixavam dormir no local. E assim... independente do que disseram, a casa ficou abandonada até cair. 

   Mas como a vida deveria seguir em frente, Maria ajudou a cuidar de seu pai enfermo até o ultimo dia de sua vida em 1971. 

 

                                                Diploma do curso Mobral

 

   Nas férias de dezembro de 1974, resolveu ir visitar as terras de sua infância: A fazenda do Sacco, onde residiam os primos, filhos de sua tia Sabinna e o inesquecível Retiro. Ao voltar a pé da fazenda do Sacco para ir ao Retiro, no ultimo local onde ainda se avistava a casa, ela virou e disse: "Adeus Saquinho... Nunca mais eu volto". Passou na casa do seu irmão Antônio no Retiro e foi embora dizendo que era a despedida e que não voltava lá mais. Premonição ou não..Ela relamente nunca mais voltou.Por volta de 30 dias após seu passeio, começou a sentir fortíssimas cólicas até que decidiu consultar um médico.

   O médico examinou-a e recomendou ficar internada por alguns dias. Ao receber alta, todos os que a viram se espantaram, já que ela se assemelhava a uma mulher grávida nos dias de dar a luz.  Tamanha estava sua barriga.      A situação nunca mais se reverteu... Continuou assim: a sentir dores e inchando cada vez mais. Ela que sempre dizia querer morrer por causa de seus desgostos, agora pedia a todos que rezassem por ela, para que melhorasse e parasse de sentir aquelas dores insuportáveis. Por 7 meses ela sofreu com a doença diagnosticada em seus exames, e que esta em "causa mortis' no seu atestado de óbito: Cirrose Natural.

  No dia 03 de setembro de 1975, a doença piorou a tal ponto que a irmã Conceição, vendo o martírio de sua irmã, resolveu "fazer uma promessa para as almas". Mais especificamente para a alma de seu finado marido Vicente, que naquele dia 3, fazia o 18º aniversario de morte. Além da data,  Vicente era cunhado,  primo e um grande amigo de Maria. Várias pessoas contavam como  era grande a amizade dos dois.  

  Na manhã do dia 04, não se sabe se por coincidência ou não, Maria acordou se sentindo extremamente bem. Sem dor alguma. Alegre e bem disposta. Foi ao banheiro e tomou banho sozinha, como a muito tempo não conseguia. Sentou-se na cama as 7:30 da manhã para se enxugar. Foi quando cambaleeou para trás e deu seus ultimos suspiros. 

  Suas vontades, dessa vez foram atendidas: Não a puseram em um caixão branco e a carregaram até o cemitério, sem o auxilio do carrinho. Os que a carregaram, trocavam constantemente de lugares, relatando depois que o peso era enorme.

  Nos seus vários meses acamada, o cãozinho da casa, Paquito, ia até sua cama diariamente, punha as mãozinhas por cima e encostava a cabeça no colchão abanando o rabo, e aguardando o afago que certamente viria, mesmo cheio de dor. Após a morte de Maria, várias foram as vezes que o encontraram sentado em seu quarto, olhando insistentemente para a cama, agora, vazia...

                

                                                          Paquito: foto de 1975

 

 

7) José Esteves Sobrinho - Nascido em 1920 e falecido por  volta de 1927. Segundo informações verbais; era muito magro, amarelo e com grandes orelhas. 

 

8) Conceição Esteves: Nascida aos 05/04/1923, a primeira filha do casal a nascer no Retiro (na casa onde residiram por décadas). No mesmo dia, a avó paterna (Maria Umbilina) faleceu. Foi casada em Primeiras núpcias com o filho de sua Tia Sabina, o seu primo: Vicente José das Chagas. Após ficar viúva casou-se a segunda vez com o filho de sua Tia Engrácia: Antônio dos Santos (Juquinha Novato). Mais informações...

 

9)Divina Firmina Esteves: Nascida na fazenda do retiro aos 18/01/1925, e, falecida aos 21/06/2010 em Divinópolis - MG. Era casada com João Joaquim Benfica. Mais informações sobre o casal em: 

 

10) Antônio dos Santos Esteves: Nascido na fazenda do Retiro aos 02/03/1927, onde reside atualmente. è viúvo de Conceição Luiza da Silva. Mais informações do casal em...

 

11) Ambrozina Firmina Esteves - Nascida as 22 Horas do dia 05/05/1929 na fazenda do Retiro. Era irmã gêmea de Ambrózio. Faleceu na fazenda do retiro as 14 horas do dia 17/06/1968, com 39 anos de idade.  Padrinhos de Batismo: os tios Antônio ferreira dos Santos e Engrácia Rosa da Paixão. 

   Era fisicamente diferente de suas irmãs. Mais morena, mais baixa e com cabelos pretos e cacheados. Não se sabe se por fatores congênitos, ou simplismente pela maneira que foi criada, de vez em quando apresentava atitudes não muito convencionais. Dizem que o irmão gêmeo tinha a mania de "beber o fôlego" quando criança, daí todas as atenções se voltaram a ele, deixando a menina em segundo plano.  Informações verbais de pessoas que acompanhavam o dia-a-dia da casa, referiam a ela em sua fase adulta como uma "mulher - menina', muito discriminada pelos familiares pelo fato de seu irmão gêmeo ser muito mais esperto e inteligente. Aprendeu aler e escrever bem. Gostava muito de animais, flores , balançar na rede e de brincar pelos quintais da casa. Era vítima crônica da anemia, o que a deixava constantemente amarelada e indisposta. Nessas horas, era chamada de preguiçosa e ameaçada de "tomar injeção com agulhas enormes". Isso causou em Ambrozina um verdadeiro pavor até mesmo da palavra "INJEÇÃO".  Certa vez, para facilitar o processo de vacinação do gado, seu irmão comprou um maquinário de vacinação que para a época era o mais moderno e caro. Em menos de uma semana, o maquinario desapareceu. Apesar de várias tentativas de busca pela casa e quintal, foi em vão. Mesmo ameaçada de varadas e castigos, Ambrozina não contou o que fez com o maquinário. "Deve ter é jogado dentro rio..." Diziam alguns. E o assunto foi enfim esquecido. Anos mais tarde, um parente da família andando pelos pés de jabuticaba no quintal, viu um brilho dentro do oco de um antigo mourão. Se aproximou para ver o que era e descobriu o tão procurado objeto.

  Foi ficar uns dias na casa de sua irmã Conceição, na fazenda do Sacco. A casa ficava bem no alto do morro e ao lado passava a estrada que ligava a Batatal. As janelas eram muito altas. Ambozina acordava, sentava nessas janelas e mexia com todos que passavam na estrada. Gritava e acenava. Não se preocupava com o fato de que se caísse daquelas alturas, o tombo poderia ser fatal.

  Era muito carinhosa com as pessoas que conhecia. Mandou uma certa vez, um galho de jasmim perfumado para o primo Ambrozino, filho do Pedrinho Baiano. Maria Sabina (a Lia), vendo o galho, o fincou ao lado do córrego. Com o passar do tempo, muitos anos após a morte de Ambrozina, o pequeno galho tornou-se um arbusto enorme, que enxia os olhos dos visitantes com a beleza das flores brancas e o perfume que exalava principalmente a noite. Tinha o sonho de um dia se casar...Mas a anemia sugou até isso mesmo dela. Na verdade, minou todas as suas energias e o seu coração, deixando-a completamente desanimada, quieta e triste no final. 

  Na tarde do dia 17/06/1968,por volta das 14 horas,  a familia recebeu uma das  constantes visitas que vinham a fazenda do Retiro. Maria e Firmina ficaram por conta da visita. Ambrozina sentou-se na rede da varanda, sem muita energia para conversar e andar pelos quintais. De repente gritou pela mãe. Quando chegaram para ver o que houve , já não poderiam mais fazer nada. Firmina ficou mais uma vez inconsolável. Foi sepultada no cemitério de Perdigão, ao lado direito de quem entra. 

 

 

                Assinatura que deixou em um antigo livro 

 

 

12) Ambrózio Luiz Esteves: Nascido às 23 horas do dia 05/05/1929 na fazenda do Retiro.Era irmão gêmeo de Ambrozina. Faleceu aos 29/05/2003. Era casado com Luísa Antunes Campos. Mais informações sobre o casal em...

 

 13) Raimunda Esteves: Nascida 03/07/1931 na fazenda do Retiro. Filha caçula do casal, foi acometida com um furúnculo na região umbilical, que por não ser tratado a tempo evoluiu para um tétano umbilical, o que resultou em sua morte às 18 horas do dia 21/01/1933, com 1 ano e 6 meses de idade. Informações verbais dos irmãos contam que era uma criança muito bonita com cabelos loiros e cacheados. Mesmo tão pequena já falava bastante e caminhava.